sábado, 17 de julho de 2010

SE AS MINHAS MÃOS PUDESSEM DESFOLHAR
de Federico Garcia Lorca

Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma.
que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Porque insistimos nos mesmos erros?
Aprendi muito nesse semestre que passou, cresci demais. Consigo ver isso claramente. Mas por mais que tenha crescido e amadurecido eu ainda tenho a mesma essência, ainda sou eu. E esse é o problema (ou solução?).
Cometi diversos erros nesse semestre que passou, erros que já havia cometido antes. E cada vez que isso acontece comigo parece que essa vez foi a pior de todas. Vai piorando mesmo, sabe? Mas continuo cometendo esses erros porque está na minha essência.
Está na minha essência me entregar, pular de cabeçar, amar loucamente e ter certeza que é pra sempre. Claro que assim acabo me magoando. Muito. Mas isso não faz parte de quem sou?
Sou isso. Amo ou odeio. Confio completamente ou nem falo com a pessoa. Sou extrema, em tudo! Meus relacionamentos são verdadeiros.
Se isso é uma coisa boa ou ruim eu ainda não consegui decidir. Se vou mudar eu ainda não sei, fica pra Julia do futuro decidir. Mas agora sou assim. Amo ser quem sou, bem do jeito que sou! E devo confessar, demorou um tempo pra eu aprender a amar eu como sou.
E por amar o meu eu, do jeito que ele é, preciso aprender a colocar o passado no passado. Aprender a não repetir os mesmos erros com as mesmas pessoas.
Talvez repetir os mesmos erros com pessoas diferentes, aí sim. Porque, afinal, sofrer de amores faz parte do meu eu também.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O VELHO E O MOÇO
Los Hermanos

Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto

Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado

E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz
Quem então agora eu seria?

Tanto faz
E o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar
Mas eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo e eles têm razão
Quando vem dizer que eu não sei medir
nem tempo e nem medo

E se eu for o primeiro?
A prever e poder desistir
do que for dar errado

olha, se não sou eu
quem mais vai decidir
o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão

Se o que eu sou
É também o que eu escolhi ser
aceito a condição.

sábado, 27 de março de 2010


Escorpião ascendente em gêmeos e lua em escorpião, se com isso consigo justificar alguma coisa... Parece nada para muitos, mas é muito para mim. Me explica.
Às vezes fazemos coisas que nem nós mesmos sabemos porque fizemos aquilo. Depois de muito pensamento, de muita terapia, vemos que aquilo foi reflexo de algo que na realidade não tinha nada haver com o ocorrido. O inconsciente é uma doideira, não?
E a palavra "desculpa" parece algo banal. Ridículo até. Desculpa, peço desculpas sim. Para mim mesma. Desculpa por me enganar e colocar a culpa de algo que aconteceu há muito tempo atrás em alguém que não tem nada haver e nem sabe desse meu muito tempo atrás. Desculpa por nunca encarar esse meu problema de frente e finalmente resolvê-lo.
É mais fácil transferir minha raiva para o outro.
É mais fácil, sim, fingir que nunca aconteceu.

Sou escorpião ascendente em gêmeos e lua em escorpião. É mais fácil me explicar assim. É mais fácil justificar meus atos assim.

domingo, 21 de março de 2010

VOCÊ NÃO VALE
Julia Spindel

Você não vale uma lágrima,
Uma carta de amor,
Nem uma memória frustrada.

Você não vale meu beijo,
Meu tempo,
Meu sono.

Você não vale uma canção,
Uma lembrança,
Nem um filme de amor.

Você não vale essa poesia,
Esse papel,
Nem a tinta da minha caneta.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

MOÇO
Julia Spindel

Um passo,
Palhaço,
Reparo
Seu olhar em mim

Faz de bobo,
Esse moço,
Meu coração
Que já é torto

Não vou cair na sua malemolência.
No seu olhar falso de final feliz.

Você, seu moço,
Não sabe do amor
Por medo de uma dor

E afinal,
O que é uma dor comparada ao amor?